quarta-feira, 18 de julho de 2007

"louca Quimera"

Não sei se será suficiente para dar início a uma nova era. Talvez não. Mas louve-se a iniciativa.

Serão poucos os que, depois de ter conquistado um campeonato, demitiriam o treinador vitorioso, lembrando que era preciso mais qualquer coisa.

Este gesto toma mais importância vindo de um clube como o Real Madrid. O exemplo deve vir de cima. Não sei, porém, se esta decisão contém um motivo tão altruísta, como a valorização do futebol, ou se não passa de uma desculpa "adornada".
Ainda assim, poderá representar um ponto de viragem no futebol actual e devolvê-lo à sua condição de espectáculo, acima de tudo. Concentremo-nos nesta utopia.

É um caminho perigoso este. Não é o mais fácil, mas é sem duvida o mais correcto, o mais justo, para os jogadores - porque sim, eu acredito que os jogadores podem ter prazer, e ao mesmo tempo acumular profissionalismo - , para os adeptos, em suma, para o futebol.

Um rumo solitário, contendo obstáculos como a hipocrisia, a mesquinhez, a pequenez desses iluminados, que reduzem o futebol a resultados, mas depois queixam-se que os adeptos andam dirvorciados deste belo Espectáculo. Ah! Agora já é espectáculo...
Ao mais pequeno percalço, a "corja" surgirá, criticando os "loucos", regozijando-se com o fracasso de quem teve a coragem e a nobreza, de assumir os risco da mudança. E vai passar por "isto" muito do sucesso, ou não, desta "empresa".

A utopia proposta, a da harmonia entre o espectáculo e os resultados, não será assim tão ridícula. (Como antes defendi, no post " Erros") Mas para os que não concordam comigo, peço apenas alguma atenção para me fazer entender.

Assumamos que é de facto uma utopia a que se propõe o Real Madrid. Que não é suficiente apenas ganhar. Não se trata de renegar a importância dos resultados, mas sim de valorizar a forma como ele nos é apresentado. O futebol será apenas sinónimo de sofrimento? De fanatismo clubístico? Não poderá um adepto do Benfica deliciar-se com um jogo entre o Guimarães e o Belenenses? - Não faço menção aos "rivais", porque isso parece-me que era abusar da sorte!-.
Considerando este propósito, não será difícil perceber a evolução implicada no mesmo. Não basta ser eficaz, tem de haver qualidade.
Estes quadros, estas utopias, revelam a sua utilidade nisto mesmo. Ou seja, funcionam como o motor, a alavanca, que nos permite atingir um nível mais elevado. Até aqui bastava ganhar, desprezando a forma, o caminho que nos levava até esse objectivo. Uma evolução do "ganhar de qualquer forma", passaria sempre por ganhar de uma forma atraente. A borboleta nasce da larva...

Com esta atitude os dirigentes pretendem atingir um patamar que muitos ainda nem sequer consideram. O risco de se encontrarem "sozinhos" nesta selva poderá compremeter de sobremaneira esta "nova" mentalidade. Que não passa apenas pela mentalidade dos dirigentes, técnicos, etc... Os própios adeptos, os fanáticos, poderão não apreciar esta valorização, deixando que a sua paixão pelo clube ignore os benefícios e os êxitos que o seu clube certamente colherá, se lhe derem tempo... Pois, o imediato ainda é um dos grandes inimigos deste desporto...
E até pode não passar de um enorme "bluff", mas neste momento só o agitar de águas neste sentido, já é positivo...

1 comentário:

Anónimo disse...

Pois... o Benfica também pensou que ia conseguir isso com o Fernando Santos... LOL