quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

A tentativa de assassínio de Pereirinha pelo cobarde Paulo Bento

Primeiro ponto: Paulo Bento é, quanto a mim, dos melhores treinadores da Liga Portuguesa. Todavia, este facto não impede que se traga a lume alguns erros cometidos por Bento. E a maneira como ele tem conduzido o processo de integração de Pereirinha no plantel sportinguista é, no mínimo, catastrófica.

Vi este puto pela primeira vez num Sporting-Porto, em júniores. Entrou a 15/20 minutos do fim. Mostrou argumentos fantásticos, nesses escassos minutos, apesar da minha grande curiosidade estar virada para a "mega-estrela" leonina Fábio Paim. Tive a oportunidade de comprovar todos os predicados contra o Boavista, no último jogo da fase final, e fiquei com a convicção que estava na presença de um talento que no espaço de 1/2 anos daria cartas no mundo do futebol. Na altura, para além do seu poder de decisão e qualidades técnico/tácticas, houve um factor que me impressionou bastante e que eu estava longe de pensar que, mais tarde, seria prejudicial para a sua carreira: a sua maneira de estar; a forma tranquila e adulta que apresentava dentro de campo. Não refilava com árbitos, não resmungava após entradas mais violentas dos adversários, nada. Para ele, apenas lhe interessava o jogo, a sua atenção não se desviava um minuto das circunstâncias e objectivos do jogo.

Uns meses antes, na véspera de um Sporting de Braga- Sporting Clube de Portugal, tinha lido num jornal desportivo responsáveis de selecções nacionais a comentar as qualidades deste miúdo. E, na altura, alertaram para o facto de, apesar de ser um jogador de grande qualidade, era um indivíduo extremamente tímido, o que poderia fazer com que a sua ascensão, no futebol sénior, não fosse consentânea com o seu talento. Quando esse jogo terminou (o clube de alvalade perdeu 3-2 ) ignorava o tamanho erro que Paulo Bento havia cometido, ou melhor, o duplo erro, ao não ter convocado para esse jogo Diogo Tavares, e, por outro lado, por ter optado pelo David Caiado para o assalto final, recuando na opção inicial de fazer entrar Pereirinha. Só depois de avaliar a qualidade destes 4 júniores é que me apercebi da "gaffe" cometida por Paulo Bento.

Na época seguinte, e após grande insistência do treinador do Olivais e Moscavide, Rui Dias, Pereirinha seguiu para o Clube recém-promovido à Liga de Honra. Observei-o o tempo suficiente para compreender que as minhas suspeitas estavam certas: este era, indiscutivelmente, um grande talento. Por isso, quando foi resgatado pelo clube de Alvalade em Janeiro, a minha surpresa foi ver a dificuldade que Paulo Bento teve em apostar nele de forma clara e decidida.

Em entrevista à revista " Futebolista", o presidente do Olivais e Moscavide, José Caldeira, refere-se a este atleta, alertando para o facto do resgate precoce deste jogador ter contribuído de forma clara para um "entrave" à sua evolução. Não para revelar qualidades desconhecidas, como o presidente afirma ter sucedido com Miguel Veloso, mas para se impor, para ganhar confiança nas suas qualidades.

Na quarta-feira passada, pensava que finalmente Pereirinha ia "explodir". Porém, e sem perceber o porquê desta atitude de Bento, o puto saiu pouco depois dos trinta minutos. Até esse momento, estava a ser o melhor elemento sportinguista. Não se escondeu do jogo, tabelou, fintou, recuperou bolas, tudo com mais sucesso que os seus colegas.

Não sei até que ponto Pereirinha se vai deixar afectar por esta situação, mas o que mais me incomoda é que Paulo Bento não parece entender porque é que este miúdo, que raramente vai às selecções do seu escalão, jogando regularmente num escalão acima da sua idade, é um dos melhores da sua geração. Não é só por ser muito forte no um para um, ou pela velocidade, mas sim pela inteligência e pelo poder decisão, que lhe permitem optar, em 90% dos casos, no mínimo, pelo melhor para equipa, mesmo que isso lhe retire visibilidade.

E, isto sim, isto é que os sportinguista devem recear: a negligência que tem sido demonstrada por Bento, na condução deste talento. Para bem das "hostes" leoninas, era bom que terminasse já, contra a Académica de Coimbra.

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